Atendimento Online



Compromisso Educação Brasileira

Software de Minas

86% pensaram no mercado na hora de escolher o curso



25 / 08 / 2009
| Mais

Flávio Cavalheiro, 19, saiu do ensino médio técnico disposto a trabalhar com animação gráfica. Pensou muito até decidir: precisava de um curso específico. Entrou em produção multimídia, curso superior tecnológico de dois anos. Três semestres depois, está empregado.

Tal qual Flávio, o que mais atrai os alunos de graduação tecnológica é a possibilidade de obter um emprego. Cerca de 86% dos estudantes levaram em conta o mercado na hora de escolher o curso, segundo uma pesquisa -45% dizem que "é um curso focado numa área com boas chances de emprego" e 41% dizem que "o mercado valoriza o diploma de curso superior tecnológico".

A pesquisa está em dissertação de mestrado de Andréa Andrade, diretora da Secretaria de Educação Profissional e Tecnológica do MEC. Estudo da Fatec (Faculdade De Tecnologia de SP) tem resultado semelhante: 87% estudam ali porque acreditam que assim terão mais chance de emprego. Os dados comprovam a expectativa.

No Centro Universitário Senac, onde Flávio estuda, a empregabilidade média é de 85%; nas Fatecs, 93% dos formados há um ano estão empregados. No Senai (ligado à indústria), o índice chega a 100% ( em automação industrial ). "O mercado precisa de profissionais com conhecimento aprofundado", diz Eduardo Ehlers, diretordo Senac.

Segundo Roberta Froncillo, responsável pelo sistema de avaliação do Centro Paula Souza, "a crise até agora não atingiu os nossos tecnológos". O órgão abriga as Fatecs-são 48 no Estadode São Paulo.

Uma explicação para a alta empregabilidade está no fato de os cursos serem criados, em geral, a partir de demandas de mercado. Há 102 tipos de cursos superiores de tecnologia autorizados a funcionar pelo MEC, de áreas tão diversas como hotelaria, jogos digitais e automação industrial. O primeiro foi o de hotelaria, criado em1989 pelo Senac, instituição que surgiu para atender às demandas da área de comércio.

Crescimento

Nos últimos anos, os cursos tecnológicos têm crescido muito. De 2002 a 2007, o número de novos alunos aumentou 391%, bem acima da média do ensino superior (22%).

E qual a diferença do curso tecnológico para um bacharelado? "O bacharelado é um curso mais amplo. O tecnológico tem maior profundidade, especialização em determinada área e é voltado para o setor produtivo", afirma Newton Marchi, gerente de administração dos cursos superiores do Senai.

Maioria dos estudantes é jovem e sabe o que quer, diz pesquisa 
Faixa etária média dos alunos de cursos tecnológicos vai de 18 a 23 anos

Cursos de tecnologia não são para indecisos. Pesquisa obtida pelo Fovest revela que o aluno dessa modalidade de graduação sabe o que quer, apesar da juventude-59% deles têm, em média, entre 18 e 23 anos.

"Quando o aluno escolhe o curso tecnológico, já está mais certo sobre a área que vai seguir. Quando está indeciso, opta por um curso de bacharelado, mais generalista", afirma Andréa Andrade, diretora da Sepec (secretaria do Ministério da Educação responsável pelos cursos tecnológicos).

Ela entrevistou 625 pessoas para elaborar o perfil dos estudantes de cursos de tecnologia. A pesquisa subsidiou a dissertação de mestrado que Andréa defendeu neste ano na UnB (Universidade de Brasília). "O aluno já tem visão de futuro e uma expectativa bem específica.

Já vem bem mais focado", afirma Newton Marchi, do Senai, com nove unidades no Estado de São Paulo.

Outra pesquisa indica que quem cursa graduação tecnológica tem afinidade prévia coma área escolhida. Segundo a Fatec, 27% dos seus alunos haviam feito curso de nível técnico no ensino médio na mesma área da carreira que escolheram na faculdade.

Outros 24% tinham curso técnico de outras áreas. "Quando a pessoa já trabalha naquela área, ganha demais com a especialização", afirma Andréa. Segundo ela, o governo se preocupa coma criação de cursos que atendam a demandas regionais. É o caso, por exemplo, do curso tecnológico em viticultura, oferecido pelo Instituto Federal do Rio Grande do Sul em Bento Gonçalves.

Os mais recentes a terem sido criados foram de biocombustíveis, produção cultural, mecânica de precisão e agroecologia, adicionados ao catálogo nacional no ano passado.

Por serem ligados ao setor produtivo, a maioria dos cursos tecnológicos ocorre à noite. As mensalidades nas escolas particulares custam em média R$ 500.(RG)

Fonte: FOLHA DE S. PAULO

RICARDO GALLO

| Mais