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O Brasil e a educação



08 / 09 / 2009
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Há poucos dias o MEC trouxe à luz os resultados de avaliação do ensino superior brasileiro. Para vergonha nossa, já que a educação é prioridade apenas nos discursos oficiais, apenas 1% das instituições de ensino superior conseguiu a nota máxima de cinco pontos.

Também no último mês de julho uma instituição de pesquisa vinculada ao Laboratório de Cibernética do Conselho Superior de investigações científicas da Espanha veiculou os resultados relativos ao "ranking" das universidades e centros de ensino superior de todos os países. Trata-se do Webometrics ranking of world universities, traduzindo "ranking mundial das universidades", que engloba mais de 200 países e 13.074 instituições de ensino superior, as quais são classificadas pelo nível de excelência e contribuição ao desenvolvimento da ciência e da tecnologia. 

 

Além do ranking mundial são apresentados diversos rankings por regiões, por países. Para facilitar a análise foram selecionadas as 6.000 melhores instituições de ensino superior e elaboradas as classificações correspondentes. Ao serem apresentadas as melhores instituições pode-se perceber o destaque que as universidades norte-americanas têm em relação as demais.

 

Entre as 50 melhores universidades em nível mundial, 43 são dos Estados Unidos e apenas 7 de outros países, onde está incluída a  USP na 38ª posição e a Universidade Autônoma do México na 44ª posição. As seis universidades brasileiras melhor classificadas são: USP, na 38ª posição em termos mundiais; Unicamp, 115ª; Universidade Federal de Santa Catarina, 134ª; Universidade Federal do Rio Grande do Sul, 152ª; Universidade Federal do Rio de Janeiro, 196ª; e a UnB 318ª.

 

A nossa UFMT ocupa a 57ª posição entre as instituições de ensino superior no Brasil e fica em 1.868ª em termos mundiais, o que demonstra que ainda temos um longo caminho a percorrer para podermos nos ombrear as instituições norte-americanas e de outros países. Considerando-se apenas as 6.000 melhores instituições os Estados Unidos participam com 1.710 (28,5%); China com 552 (9,2%), mais 11 de Hong Kong; Japão com 439 (7,3%); França com 231(3,9%); Brasil com 220 (3,7%); Alemanha com 211(3,5%); Rússia com 205 (3,4%); Inglaterra com 166 (2,8%); Coréia do Sul com 135 (2,3%); Canadá com 121 (2,0%) e os demais países com menos de 100 instituições cada um. 

 

Entre as 200 melhores universidades os Estados Unidos têm 94; seguindo-se pela ordem: Alemanha, 14; Canadá, 12; Inglaterra, 10; Japão, 7; Espanha e Austrália, com 6; Taiwan e Brasil com 5 cada. Como Taiwan tem uma participação maior no grupo das 500 melhores universidades, coube ao Brasil a última (10ª) posição neste grupo. Esses dados podem explicar, em parte, a hegemonia norte-americana em termos mundiais e o nível de dependência dos demais países, inclusive do Brasil. Talvez ou possivelmente este fato possa explicar por que o Brasil ainda continua bem à margem do processo de desenvolvimento científico e tecnológico em relação aos países atualmente desenvolvidos e também em relação aos chamados emergentes. 

 

Enquanto a demagogia e a manipulação de sucessivos governos colocam nossa educação a deriva do processo de desenvolvimento os demais países a consideram um instrumento estratégico para as transformações sociais, econômicas, científica e tecnológica. Enquanto nossos governantes continuarem com seus belos discursos dizendo que a educação é prioridade, mas não se dando conta de que investimento verdadeiro em educação é a única forma de superarmos o subdesenvolvimento, continuaremos como usuários de produtos tecnológicos. A educação brasileira, principalmente a de nível superior, continua na UTI e precisa ser medicada em caráter de urgência sob pena de ir a óbito e com ela as esperanças de vivermos um dia em um país desenvolvido, com maiores oportunidades e melhor qualidade de vida para todos!

Fonte: Gazeta de Cuiabá

Juacy da Silva

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