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Enem: cresce a expectativa



18 / 09 / 2009
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A aplicação das provas do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), nos dias 3 e 4 de outubro, vai marcar o início de um "vestibular unificado" para as universidades federais — uma experiência nova para vestibulandos, professores e até mesmo gestores de ensino. Diante desse cenário de inovação e na contagem regressiva para a realização das avaliações, as polêmicas em torno da medida proposta pelo Ministério da Educação (MEC) se acumulam. Para um grupo de alunos, a utilização da nota em vários vestibulares poupará candidatos das tradicionais "maratonas de vestibular", uma vez que o resultado do Enem poderá ser usado em diversos processos seletivos. Outros jovens, no entanto, se sentem prejudicados pelo fato de as matrizes de competências e habilidades terem sido divulgadas em maio e o simulado produzido pelo MEC ter saído somente no final de julho. Se neste momento de ansiedade as divergências se acentuam, uma coisa é certa: a expectativa é realmente por um novo modelo de avaliação. Presentes no segundo Exame de Qualificação do Vestibular Estadual 2009, no último dia 13, no campus do Maracanã da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj), os candidatos revelaram as suas apreensões e esperanças a respeito deste novo perfil de vestibular.

Guilherme Trigon, de 17 anos, candidato de Física, acredita que as mudanças propostas pelo novo Enem serão positivas, pois haverá uma concorrência mais equânime entre estudantes das redes pública e particular. Contudo, o estudante acredita que as novas regras deveriam ser aplicadas somente no próximo ano. "Acredito que estas mudanças são positivas e vão democratizar o acesso dos estudantes à universidade. Contudo, a forma como estão sendo implantadas é ruim. Por exemplo, neste ano não haverá provas de Línguas. E estudantes  que têm facilidade nessa matéria poderão sair prejudicados. Em algumas carreiras, a nota da prova de Línguas acaba sendo um dos diferenciais", explica o jovem, que pretende utilizar a nota do Enem nos vestibulares da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UniRio), na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e no Prouni (Programa Universidade para Todos).

A estudante Jéssyca Mello, 19 anos, candidata ao curso de Medicina, se sente prejudicada com as mudanças repentinas anunciadas pelo MEC. "Esse novo Enem foi mal planejado. Essa mudança repentina não vai auxiliar muita gente. A medida prejudica alunos de classes mais altas, que fazem curso pré-vestibular. E também não acredito que esse novo Enem vai ajudar estudantes de poder aquisitivo menor, pois eles não terão como se manter caso passem para um outro estado", completa a candidata de Medicina.

Candidato de Engenharia, Igor Chaffin, de 19 anos, está apreensivo com relação ao novo modelo do Enem. Segundo o candidato, houve demora do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) em divulgar o padrão das questões. "Essas mudanças foram anunciadas em cima da hora. E, mesmo assim, muita gente não sabe como vai fazer. Estou estudando pelo simulado divulgado pelo Inep e pelo programa. Porém, diante das mudanças, sempre ficamos apreensivos", revela o vestibulando.

Na linha de quem aprova as mudanças, Klaus Wilken, de 19 anos, candidato de Engenharia Eletrônica, argumenta que a possibilidade de usar a notas para concorrer em várias universidades e também no ProUni vai poupar os estudantes da maratona de provas do vestibular no final do ano. "Essas mudanças foram boas. Com essa unificação, vamos perder menos finais de semana fazendo provas, naquela cansativa maratona de vestibulares. Além disso, a prova do Enem prioriza o raciocínio e nos livra daquela ‘decoreba’", pondera o estudante. Para o jovem Felipe Farias, de 18 anos, que ainda não sabe qual carreira seguirá, o novo modelo de vestibular é uma boa opção. Como a escolha da carreira será feita somente após a divulgação da nota do Enem, o jovem acredita que poderá fazer uma escolha mais consciente. "Ainda não sei que curso vou fazer. Por isso, a partir da minha nota, vou escolher a carreira. Dessa forma, terei mais opções. No modelo anterior, ficávamos restritos a uma carreira, independentemente da nossa nota", afirma o estudante.

Por outro lado, o vestibulando Loan Xavier, de 19 anos, candidato do curso de Engenharia Mecânica, salienta que fazer o Enem, em dois dias seguidos, vai ser cansativo. "As mudanças deste ano foram muito radicais e nos pegaram de surpresa. Acho que o novo modelo vai ser mais difícil do que um vestibular comum pois faremos duas provas, com 90 questões cada uma, em dois dias seguidos. Isso pode nos cansar e nos confundir. Quando fazemos uma prova longa, ficamos esgotados mentalmente", completa o jovem. Aluna de escola pública e candidata a uma vaga no curso de Direito, Ana Carolina Moreira, de 17 anos, aplaudiu as mudanças propostas pelo novo Enem. A estudante alimenta expectativas sobre o novo tipo de avaliação que, na sua opinião, vai dar vantagem a jovens interessados em aprender. "Gostei muito do novo Enem. Sou aluna de escola pública e os outros modelos davam mais chances àqueles que podiam pagar um cursinho, priorizando a decoreba. Acho que o importante é aprender. Acredito que a prova do Enem vai ser parecida com a do Exame de Qualificação do Vestibular Estadual e daqui a algum tempo, todas as provas vão ser assim, interdisciplinares", conclui a candidata de Direito. 

Fonte: Rio de Janeiro RJ

Folha Dirigida

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