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As vantagens da graduação a distância



13 / 10 / 2009
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Estudar no horário em que achar melhor, não precisar enfrentar trânsito para ir à aula e poder fazer parte do curso superior no conforto de casa. A proposta de alguns cursos de graduação a distância parece sedutora, principalmente quando se leva em conta toda a flexibilidade que eles oferecem. No entanto, antes de optar por esta modalidade, é preciso ter em mente quais são suas características e se ela é a mais indicada para você.

Um dos primeiros mitos a serem derrubados é a aparente facilidade. Apesar de alguns cursos não exigirem a presença do aluno em salas de aulas, isso não significa que a faculdade será mais fácil que uma presencial, em que há chamada, professor, aluno, quadro, carteira e todo o pacote tradicional. "Na verdade é preciso se esforçar mais do que em um curso presencial. É o aluno quem vai atrás do conhecimento e, se ele não for, não vai conseguir aprender", adverte Bruno Rosa da Silva, 20 anos, que se formou no ano passado em Tecnologia em Marketing e Propaganda pela Fatec Internacional, na modalidade de Educação a Distância (EAD).

Assim como ele, cada vez mais estudantes decidem pela EAD na hora de ir atrás do diploma universitário. Tanto que a modalidade de ensino vem crescendo muito nos últimos anos. Segundo o último censo da área (divulgado no dia 28 de setembro durante o Congresso Internacional Abed de Educação a Distância), o número de alunos su­­biu 90% ao longo do ano 2008, chegando no início de 2009 a cerca de 2 milhões de estudantes espalhados pelas 215 instituições públicas e privadas de todo o país. Somente a graduação responde por mais de 500 mil estudantes no Brasil, e os cursos superiores de tecnologia por outros 440 mil. No Paraná, são mais de 190 mil alunos, quase todos na educação superior e no ensino particular.

Mas o que leva uma pessoa a procurar uma graduação a distância? A história de Bruno pode, de certa forma, responder a pergunta. Ele trabalhava em uma empresa de segurança em Curitiba e tinha horários muito variados, o que o impedia de se matricular em um curso presencial. A EAD, então, foi uma solução para o seu principal problema: o tempo. "O curso a distância é mais flexível e se encaixava mais na nossa rotina". Ele diz "nossa" porque fez o curso junto com seu pai, Luiz Fernandes da Silva, de 46 anos. Hoje, os dois graduados pretendem abrir uma agência de marketing.

O tempo, como no caso de Bruno, é um dos motivos pelos quais se procura um curso a distância, mas não o único nem o principal, segundo Rita Tarcia, conselheira fiscal da Associação Brasileira de Educação a Distância (Abed) e pesquisadora da modalidade. Em um país de dimensões continentais, a distância dos grandes centros ainda é um empecilho para o aprendizado. "A EAD assume a responsabilidade da disseminação do conhecimento. Não apenas um profissional no grande centro evita de pegar trânsito para aprender, mas também alguém no interior do país evita de fazer viagens de horas para chegar à escola todos os dias. Isso é muito importante. Estamos dando oportunidade para quem antes não tinha como aprender."

Nem tudo são flores

O desconhecimento ainda pode atrapalhar quem opta pela Edudação a Distância (EAD), principalmente quando se questiona que ela substituirá o modelo tradicional. Uma preocupação desnecessária, segundo Rita Tarcia, da Abed. "O crescimento do número de cursos a distância e os investimentos do governo e de grandes instituições não pretendem substituir o ensino presencial. Elas são modalidades diferentes. Não deve haver medo nesse sentido."

O preconceito é outro assunto delicado, principalmente quando se trata do mercado de trabalho. Até pouco tempo pesava sobre a EAD o estigma dos cursos por correspondência, mas a situação está se transformando. "O mercado de trabalho já apresenta um nível de aceitação muito bom dos cursos a distância. Muitas empresas também utilizam ferramentas de aprendizado não presencial para seus treinamentos", diz Rita.

Exemplo dessa aceitação é Jonas Bettero Pereira Machado, 21 anos, que está no último ano do curso de Pedagogia na Faculdade Interna­cional de Curitiba (Facin­ter) e já trabalha como coordenador pedagógico em uma escola particular. Ele afirma que o formato do curso fez com que desenvolvesse qualidades importantes para o mercado de trabalho. "A pessoa que faz um curso desses se torna mais autônoma, porque tem que correr atrás, muito mais do que quem está num curso presencial", avalia.

O nome é o que conta

Na hora de disputar um emprego, o fato de o profissional ter feito um curso presencial ou a distância não é o mais importante. Segundo empresas de as­­sessoria em Recursos Hu­­manos, o que realmente ajuda ou atrapalha um candidato é o nome da instituição em que ele se formou. "Grandes empresas e multinacionais procuram candidatos com graduação em grandes instituições. Nunca vi uma or­­ganização barrar um profissional por ter feito curso a distância", afirma Michele Car­valho Gelinski, consultora de carreira da Chess Human Resources.

Michele ressalta que até 2006 ainda havia empresas que olhavam com certo receio os candidatos formados em cursos a distância. Mas a situação mudou depois que instituições conceituadas passaram a oferecer a modalidade. No Paraná, a UFPR é uma das que aderiram ao formato. "O aluno formado em um curso a distância é um aluno UFPR como os outros. Não está especificado no diploma se o aluno fez curso a distância ou não", afirma Gláu­cia da Silva Brito, coordenadora acadêmica da Coordena­doria de Integração de Políticas de Educação a Distância (Cipead) da UFPR.

E é sempre bom lembrar: um diploma de graduação a distância é igual e vale exatamente o mesmo que o de um curso presencial. Por isso, a pergunta que você, estudante, deve fazer não é a se vale a pena fazer uma graduação a distância, mas sim se ela é a mais indicada para você, pesando os prós e contras da modalidade.

Saiba o que é preciso para levar adiante um curso a distância e o perfil da maioria do estudantes que procuram a modalidade:

Alguns requisitos

Tempo e disciplina - Quem planeja cursar uma graduação a distância deve reservar horários específicos para o estudo individual. Como nem todas as atividades de uma graduação a distância são feitas pela internet, também é necessário ter tempo para frequentar o polo de apoio presencial nos dias definidos previamente pela instituição de ensino.

Familiaridade com a internet - Além de assistir às aulas transmitidas pela internet, o aluno precisa postar atividades e trabalhos pela web. Portanto, é fundamental saber lidarcom a tecnologia.

Computador com acesso à web - Embora o MEC exija que os polos de apoio ofereçam laboratórioscom computador e acesso à internet, contar com essa estrutura em casa facilita os estudos. O aluno não precisa se deslocar até o polo e pode acessar as atividades a qualquer hora do dia ou da noite. A conexão discada é suficientepara os conteúdos apresentados por escrito. Já para assistir aos vídeos o ideal é ter internet banda larga.

Perfil

Renda - Por apresentarem mensalidades mais baratas, os cursos a distância ofertados por instituições particulares são procurados por alunos de menor renda que os da educação presencial.

Atividade - A modalidade também atrai pessoas que não podem frequentar um curso presencial devido a compromissos profissionais. Segundo o pró-diretor de educação a distância do Grupo Uninter, Benhur Gaio, 96% dos alunos estão no mercado de trabalho.

Faixa etária - Os cursos a distância são procurados principalmente por adultos. Segundo o CensoEAD.br, a maior parte dos estudantes tem entre 30 e 34 anos.

Fontes: Benhur Gaio, pró-diretor de educação a distância do Grupo Uninter; Luiz Alberto Vivan, coordenador de pós-graduação e de Educação a Distância das Faculdades Opet; Gláucia da Silva Brito, coordenadora acadêmica da Coordenadoria de Integração de Políticas de Educação a Distância (Cipead) da UFPR; e Associação Brasileira de Educação a Distância (Abed).

Avaliação do MEC

Os cursos de graduação a distância têm a mesma duração dos cursos presenciais e também passam pelos processos de avaliação e reconhecimento pelo Ministério da Educação

Cursos

O Paraná tem 43 cursos superiores a distância. São 20 de graduação (9 de instituições públicas e 11 de particulares), e 23 cursos superiores tecnológicos, todos privados.

A escolha

Antes de escolher um curso a distância, é bom ter certeza de que a instituição está devidamente credenciada no MEC. Para isso, basta acessar o www.siead.mec.gov.br.

Provas presenciais

Pela lei, parte dos cursos a distância deve ser presencial, principalmente as avaliações. Por isso as instituições devem ter polos de apoio, com a estrutura necessária para dar suporte aos alunos

Saiba Mais

Educação a distância é todo o processo de ensino-aprendizagem, mediado por tecnologias, em que professores e alunos estão separados espacial ou temporalmente. Conheça mais sobre a EAD: Histórico A escrita - A origem da modalidade é associada ao próprio início da escrita, já que com ela a figura do orador foi dispensada. No entanto, a melhora do sistema de correspondência após a Primeira Guerra Mundial foi o que realmente permitiu o desenvolvimento do método.

Novos meios - Com a popularização do rádio e da tevê, esses meios receberam iniciativas de educação. Outras mídias , como as fitas de vídeo, também foram usadas a partir dos anos 1970. Mais interatividade - A chegada da internet comercial, na década de 1990, causou uma nova revolução, ampliando as possibilidades de comunicação, unindo diferentes mídias e aumentando a interatividade.

Modalidades Via satélite - As aulas audiovisuais são as formas mais comuns de educação a distância. Elas podem ser gravadas em mídias (como DVDs) ou ministradas ao vivo, via satélite. Neste caso, as aulas são transmitidas dos estúdios para polos de apoio presencial, onde se encontram os alunos e professores tutores. No Paraná, instituições como a Uninter e o Opet oferecem cursos baseados nesse formato. Nessa modalidade, também há material didático impresso e apoio pela internet.

Via internet - Uma outra forma de oferta é pela internet, como faz a Universidade Federal do Paraná (UFPR), via sistema Universidade Aberta do Brasil - iniciativa do governo que articula instituições para o ensino a distância. Os professores elaboram basicamente materiais escritos, que são colocados em ambientes virtuais de ensino.

 

Fontes: Associação Brasileira de Educação a Distância (Abed) e Ministério da Educação

Fonte: GAZETA DO POVO ONLINE

Luís Celso Jr. e Marcela Campos

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