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PRF diz ter achado provas do Enade sem lacre



21 / 10 / 2009
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Cinco caixas com provas do Exame Nacional de Desempenho de Estudantes (Enade), o antigo Provão, foram encontradas sem lacre de segurança ontem, segundo a Polícia Rodoviária Federal (PRF), em Três Rios, Sul Fluminense. As caixas eram transportadas por funcionários da Consulplan - responsável pela organização do Enade - de São Paulo para Muriaé (MG) numa caminhonete modelo F-250, parada por policiais numa blitz.

Segundo o agente Ildefonso Ventura, havia ainda discrepância entre o conteúdo das caixas e a descrição da carga na nota fiscal. O Ministério da Educação negou quebra de sigilo e informou que o exame, marcado para o dia 8 de novembro, transcorrerá normalmente.

- Segundo a nota fiscal, a caminhonete levava folhas de resposta.

Mas encontramos cadernos de provas de diversas áreas, como direito, comunicação e turismo - disse o agente.

De acordo com o MEC, o material incluía provas para pessoas com deficiência e estava sendo transportado para receber o empacotamento final. Segundo nota oficial, as caixas com as provas e folhas de resposta estavam lacradas e foram abertas pelos próprios policiais.

Após o esclarecimento da ocorrência, ainda segundo o MEC, as caixas teriam sido novamente lacradas e dirigidas ao destino.

O motorista Carlos Alberto Turetta, porém, afirmou que as provas estavam em caixas sem lacre, colocadas na caminhonete de última hora.

- Essas caixas não iam vir.

Eles resolveram colocar lá na hora, e eu nem vi que colocaram sem lacre - disse o motorista.

Em nota oficial, a Consulplan afirma que os cadernos de prova estavam devidamente acondicionados, e eram transportados junto de outras caixas com folhas de respostas, estas sem cunho sigiloso.

Segundo a empresa, não ocorreu qualquer violação de sigilo.

A empresa também confirmou que os dois homens que faziam o transporte são contratados pelo consórcio.

A PRF informou que recebeu a orientação do Ministério Público de Petrópolis de registrar a ocorrência, fotografar e catalogar todo o material para que o Ministério Público averiguasse o ocorrido com o MEC.

- As provas encontradas não foram apreendidas. Vamos registrar a ocorrência, e o material seguirá para Muriaé assim que for liberado pelo Ministério Público - disse o agente Ventura.

Vazamento adiou realização do Enem no início do mês No dia 1º de outubro, o MEC foi obrigado a cancelar a realização do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), que ocorreria dois dias depois, porque as provas foram vazadas. Pela primeira vez o Enem seria usado por universidades públicas como a primeira etapa do vestibular.

As provas foram furtadas da gráfica Plural, em que tinham sido impressas em São Paulo, por homens que tentaram vender o material à imprensa. O jornal "O Estado de S.Paulo" denunciou o vazamento, e o ministro da Educação, Fernando Haddad, teve de adiar o Enem. O vazamento mostrou inúmeras falhas no esquema de segurança.

O Enem foi então remarcado para 5 e 6 de dezembro, o consórcio contratado foi dispensado, e agora haverá ajuda da PF e dos Correios para a aplicação das provas. Por causa do atraso, diversas universidades desistiram de usar as provas do Enem em seus vestibulares, como a UFF no Rio, e a Unicamp, a USP e a PUC de São Paulo.

Fonte: O GLOBO

Rodrigo Gomes e Daniela Birman

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