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Enem: docente critica incompetência do MEC



19 / 02 / 2010
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O Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep), ao disponibilizar as notas máximas e mínimas do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), permite que o candidato avalie seu desempenho. Neste ano, o Enem não teve uma média global, como acontecia em edições anteriores. As notas foram por área de conhecimento e dentre as matérias avaliadas (Matemática, Linguagens, Ciências da Natureza e Ciências Humanas e Redação), o pior desempenho foi em Matemática, onde 85% dos alunos ficou abaixo da 4ª escala de notas, o que significa que tiraram abaixo de 600 pontos.

"Matemática é, sem dúvida, uma disciplina que necessita de uma atenção especial. Entretanto, podemos ver que as provas de instituições sérias como a Uerj, a UFF e a UFRJ, todas com perfis distintos, apresentaram conteúdos de qualidade e dentro do previsto anteriormente", destaca Thales Couto, professor de matemática da PUC-Rio, do colégio Santo Inácio e do Colégio Zaccaria. Na opinião do professor, a maneira de elaboração das questões prejudicou o desempenho dos candidatos. "Ao meu ver, o Enem pecou pela incompetência. Por exemplo, a prova anulada e a que valeu, foram muito mal feitas, com questões com erros conceituais, assim como a pouca criatividade, muitas questões repetindo um mesmo tipo de conceito matemático, que não avaliaram como deveriam as habilidades e competências em Matemática", critica o docente.

O professor fez críticas ao Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep), órgão do Ministério da Educação responsávle pelo exame, e deu sugestões para que o estudante possa ter um melhor desempenho nas próximas avaliações: "O Inep não pode fazer desse país um laboratório. Tem que assumir com responsabilidade cada etapa, para dar certo. Tem que se ter seriedade e credibilidade. O modelo de provas e de inscrição tem que ser transparente, com regras claras e com provas dentro da realidade brasileira. Não se pode fazer uma avaliação tomando por base alguns centros de excelência", reclama Thales.

Ainda segundo o professor, a prova precisa ser mais próxima do cotidiano dos alunos. "É necessário que se avalie com situações concretas, mais dentro do que os alunos aprendem permitindo, que se sintam seguros para realizar as provas. Com relação ao tempo o mesmo deve ser revisto, ou se diminua o numero de questões das provas, para que os alunos tenham tempo suficiente para fazer a prova", destaca. Valorizar a escola pública também é uma preocupação do professor. "Devemos reconstruí-la com qualidade, valorizando o salário do pessoal da educação. Isso vai influir na rede privada, que vai ter que trabalhar dobrado para se manter-se na frente nos resultados de aprovação. Com essa mudança, tenho certeza que quem vai sair lucrando é o aluno, com boas aulas e professores disponíveis para atendê-lo. Esse é o movimento que a meu ver deve ser iniciado já", reforça.

Fonte: Folha Dirigida

Rona Cavalcanti

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