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Escolas se adaptam ao Enem



22 / 02 / 2010
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Assim que foi implantado como nova forma de acesso ao ensino superior em maio de 2009 – seja como prova única, primeira fase, combinado com o vestibular da instituição ou como etapa única para as vagas remanescentes do vestibular – o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) tirou o sono dos educadores. “Chegamos a pensar que usaríamos dois ou três professores numa sala de aula, pois sabíamos que a prova traria os conceitos de interdisciplinaridade e contextualidade. Felizmente, o processo de adaptação foi bem mais ameno”, lembra coordenadora pedagógica do Curso Sagres, em Petrolina, Ana Carla Castro.
As escolas já vinham absorvendo a ideia da interdisciplinaridade desde que o Enem foi criado, em 1998. Reconfiguramos nossos módulos para que contivessem tanto questões clássicas de vestibular quanto as típicas do novo exame do ensino médio e passamos a incentivar os alunos a lerem mais, se informarem sobre os acontecimentos no mundo, no País e na região. Os professores também se mobilizaram e passaram a ler mais sobre outras áreas de conhecimento, criando um ambiente propício para o aprendizado nessa nova fase do educação superior”, afirma Ana.
No Colégio Nossa Senhora Auxiliadora, a primeira reação do corpo docente foi se unir para planejar uma nova estratégia de ensino. “Como já estávamos em maio e a nova prova seria aplicada em outubro, decidimos retomar as aulas do segundo semestre com uma semana de antecedência”, recorda o coordenador educacional de ensino médio da escola, Demóstenes Monteiro. Uma das atitudes mais importantes, segundo o educador, foi desmistificar o Enem para os alunos através de um simuladão, realizado em agosto de 2009.

Agimos como se fosse um vestibular de verdade. Readaptamos questões de provas antigas do Enem e criamos novas perguntas, usamos o mesmo horário e quantidade de questionamentos. Tivemos 604 inscritos do Auxiliadora e de várias escolas públicas e privadas da região”, disse Demóstenes. A coordenação do colégio incluiu na metodologia de ensino questões do exame, sem deixar de lado as provas de vestibulares de outras instituições, já que na região, apenas a Universidade Federal do Vale do São Francisco (Univasf) adotou o Enem como forma única de acesso às vagas. “Nossa obrigação é preparar alunos para passarem em todo o Brasil”, destacou a também coordenadora educacional do Colégio Nossa Senhora Auxiliadora, Evanilza Moura.

Ana Castro aponta os prós e contras do novo Enem. “Antes os alunos aprendiam disciplinas isoladas, decoravam e petrificavam o conhecimento. Se eles estudavam para passar para um curso na área de biológicas, como medicina, priorizavam matérias como biologia, química e física, pois tinham maior peso na contagem dos pontos. O Enem põe um fim nesse processo. É mais complicado estudar assim? É, mas promove o conhecimento de forma mais ampla.” Ela ainda desaprova o fato de ser uma única prova para todo o País. “A regionalidade fica prejudicada”, declara. Para Evanilza Moura, a prova do Enem foi cansativa e diferente do que vinha sendo divulgado pelo Ministério da Educação. “Foram várias questões com interpretação de texto e pouco tempo para realizá-las, desgastando psicologicamente os estudantes. Além disso, demandaram conhecimento de fórmulas e datas, tornando o novo Enem uma mistura do velho exame com o vestibular tradicional. Mas, a longo prazo e após algumas revisões, o Enem será de grande importância na diminuição da desigualdade, um vetor de inclusão social”, destacou.

Fonte: Jornal do Commercio

Jornal do Commercio

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