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Entrar em universidade pública é mais difícil em SP



07 / 06 / 2010
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Após cinco anos e meio de cursinho, a estudante paulista Mariá Paschoaleto, 24, resolveu morar a quase 4.000 km de casa pelo sonho de aprender medicina. "Sempre dei preferência a universidades mais próximas, mas nem sempre a concorrência dos vestibulares ajudava", diz ela, hoje na UFAM (Universidade Federal do Amazonas). Como Mariá, outros enfrentam dificuldade em conquistar uma vaga em São Paulo. O Estado é o que tem menos vagas por estudante nas universidades públicas. Em 2008, ano com dados mais recentes, havia 14 alunos no último ano do ensino médio em São Paulo para cada vaga em universidade federal ou estadual no Estado. A média nacional é de oito alunos -excluindo SP, sete.

A disparidade se deve principalmente à pequena presença das universidades federais no mais rico Estado do país, embora, recentemente, a rede tenha vivido um aumento expressivo. No governo de FHC, o número de vagas federais em São Paulo no vestibular subiu 43%; no de Lula, 260%, com a ampliação de unidades já existentes e a criação da UFABC (federal do ABC). O Estado ainda tem as federais Unifesp, UFSCar (em São Carlos) e ITA (Instituto Tecnológico de Aeronáutica). Mesmo assim, a comparação com outros Estados revela que o abismo persiste. Para cada vaga em universidade federal em São Paulo, há 70 estudantes concluindo o ensino médio. A média nacional é de 13 estudantes -11, excluindo SP. No Rio, cada vaga federal é disputada por nove alunos do ensino médio. Trata-se de uma vantagem da condição de antiga capital, diz Maria Helena Capelato, do departamento de história da USP.

GRANDES ESTADUAIS - O ministro Fernando Haddad (Educação) reconhece a distorção em São Paulo e diz que o governo Lula procurou corrigi-la por meio da ampliação da rede federal no Estado e do Prouni, programa que oferece vagas gratuitas em cursos privados -28% são em instituições paulistas. Ele atribui a baixa proporção de vagas públicas ao fato de o Estado contar com grandes universidades estaduais -USP, Unesp e Unicamp- e cita o fato de que, em 1996, foi retirado da Constituição o dispositivo que determinava a instalação de universidades nas cidades de maior densidade populacional. "Pelo fato de São Paulo ser um Estado considerado rico, historicamente o governo nunca olhou para a região com vistas à expansão da rede federal", diz.

Fonte: Folha de São Paulo

ANGELA PINHO

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