Atendimento Online



Compromisso Educação Brasileira

Software de Minas

Pesquisa aponta perfil de novos universitários



02 / 02 / 2009
| Mais

Depois do estresse de fim de ano com a pressão e a insegurança com as provas de vestibular, os jovens vivem agora a expectativa da divulgação das notas e da lista de classificação. Mas quem são estes jovens? Quais são suas expectativas? Quais as carreiras mais procuradas? Na Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj) - única pública do Rio que processou o questionamento socio-cultural que é preenchido pelos candidatos - dá para traçar um perfil. São jovens que afirmam não escolher uma profissão pelo dinheiro, não trabalham e, um agravante, admitem que lêem pouco - 44.650 dos quase 70 mil candidatos informaram que lêem entre um e cinco livros por ano.

- Essa é uma tendência que nos preocupa. É fundamental que os jovens leiam jornais e revistas para ficarem atualizados com o que acontece no mundo. Geralmente, o adolescente lê apenas aquilo de que gosta. Mas tem de ter disciplina - analisa a pedagoga e coordenadora do vestibular da Uerj, Maria Inês Melo Guimarães.

No questionário sócio-cultural, 66,81% afirmaram não escolher a profissão por causa do salário. Quase 21,5 mil concorrentes disseram ter uma renda mensal da família de até três salários mínimos.

- Neste caso, as cotas tornaram o ensino superior público mais democrático - afirma Maria Inês. - Mas, infelizmente, falta investimento na escola pública. Não adianta colocar na universidade sem preparo.

As carreiras mais procuradas são medicina, com 24,26 candidatos por vaga, seguida por desenho industrial (17,03), jornalismo (15,54), engenharia química (11,18) e relações públicas (10,52). A disputa fica mais acirrada com as cotas. Em medicina, por exemplo, com os 20% das vagas reservadas para os estudantes oriundos de escolas públicas, mais 20% para negros e 5% para deficientes, indígenas e filhos de policiais que morreram em serviço, a disputa aumenta: são 42,08 pessoas por vaga. Já para os cotistas, a relação cai drasticamente para menos de quatro candidatos por vaga.

- As carreiras mais concorridas deixaram de ser ocupadas exclusivamente pela elite. Isso é muito positivo - acrescenta a pedagoga.

Democratização

Para a pesquisadora do Núcleo de Pesquisa de Políticas Públicas (Nupps) da Universidade de São Paulo Elizabeth Balbachevsky, tem havido uma aumento dos alunos de escolas públicas, mas as universidades privadas ainda são responsáveis pela formação em massa dos universitários.

- Em São Paulo, 15% dos alunos estudam em universidades gratuitas e 85% pagam faculdade - exemplifica Elizabeth.

Segundo os estudos do Nupps, o Brasil segue a tendência de São Paulo. Os cursos mais caros das universidades privadas como medicina, odontologia, engenharia só são freqüentados pela elite. Aqui o dinheiro é a causa da segregação.

- Já no ensino público, é a formação do aluno. Aqueles mais bem preparados, que tiveram um ensino médio mais consistente, são classificados - compara.

Políticas como o Prouni (Programa Universidade para Todos) do governo federal e as cotas são medidas paliativas para tornar o ensino superior mais democrático.

- Para ampliar o acesso às universidades é fundamental investir em dois programas: crédito estudantil, que não só custeia aos estudos, como ajuda com uma verba extra para que o aluno não precise trabalhar, e bolsas de estudos competitivas determinadas a partir de desempenho do estudante - aponta.

Fonte: http://www.educacionista.org.br/jornal/index.php?option=com_content&task=view&id=1977&Itemid=49

Fernanda Thurler - JORNAL DO BRASIL

| Mais