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UnB adia adesão ao novo Enem



08 / 05 / 2009
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Universidade opta por analisar os resultados da primeira aplicação da proposta de acesso ao ensino superior anunciada pelo governo federal para, só a partir de 2011, se integrar de forma mais efetiva

 

Os candidatos que pretendem disputar uma vaga na Universidade de Brasília (UnB) e estavam preocupados com as possíveis mudanças no processo seletivo por conta do novo Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) podem respirar aliviados. Por enquanto, não haverá alteração no vestibular. A universidade decidiu só utilizar as notas do exame a partir do primeiro vestibular de 2011. Os conselheiros preferiram analisar os resultados da primeira aplicação do novo formato de provas, que será aplicado em outubro, antes de aproveitá-los nas seleções da instituição.

Durante a tarde de ontem, representantes de vários institutos e departamentos da universidade e dos universitários debateram o tema, que permanece polêmico entre a comunidade acadêmica. A reunião ocorreu no Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão (Cepe). Ao contrário do que queria o reitor, José Geraldo de Sousa Junior, os conselheiros preferiram não definir qual será a forma de adesão ao novo

Enem. "Desde o início, manifestei a minha vontade de ver a universidade participando do projeto e acredito que não há como fazer isso sem ser protagonista. Hoje, a universidade deu uma resposta à sociedade: a de que vai participar dessa construção a partir de 2011. Agora, vamos discutir formas mais precisas de participação", ponderou.

Tudo indica, porém, que as próximas discussões partam de duas ideias. A primeira, da Câmara de Ensino de Graduação. Márcia Abrahão, decana de graduação, apresentou um modelo de seleção em que as notas do Enem e das provas do vestibular tradicional da universidade seriam combinadas para se chegar ao resultado final. As notas do Enem representariam entre 5% e 10% da nota final do estudante. O percentual precisaria ser definido pelo Cepe. A segunda sugestão, feita pela professora Andrea Maranhão (representante do Instituto de Ciências Biológicas) é de que a instituição deveria reservar parte das vagas disponíveis para o sistema unificado proposto pelo Ministério da Educação.

"Acho que talvez possamos adotar as duas formas de participação. Só a utilização das notas combinadas às do vestibular não nos dará a chance de avaliar esse instrumento", destacou Andrea. Para ela, a UnB não deve perder a oportunidade, aberta com as discussões a respeito do novo Enem, de rediscutir os processos seletivos que possui. Raul Cardoso, representante da classe estudantil no conselho, também acredita que o momento é oportuno para repensar as políticas de acesso ao ensino superior. "Tivemos pouco tempo para discutir uma proposta que abre essa possibilidade, que é sensacional. Por isso, defendi que a gente decidisse depois as formas de participação da universidade no novo processo", argumentou.

Divisão

A maioria dos conselheiros presentes na reunião foi a favor de que a UnB utilizasse o Enem de alguma forma nos processos de seleção (26 votos a favor e sete contra). O prazo mais longo sugerido também foi o aprovado por grande parte dos conselheiros (18 votos a 13). A mais apertada das votações foi a que definiu se as formas de adesão seriam escolhidas ontem ou não. Por 17 votos a 14, os conselheiros optaram por adiar a decisão.

A decana de graduação reiterou que, mesmo que a universidade opte por apenas uma das formas de participação no novo processo, não existe impedimento para que outras alternativas sejam discutidas. Uma das sugestões, por exemplo, é a adoção do Enem como primeira fase do vestibular. Isso significaria mudar a seleção tradicional, que hoje só tem uma fase.

Matriz

O Ministério da Educação pretende divulgar na próxima semana a matriz dos conteúdos que serão avaliados na primeira edição do novo formato de Enem. O Comitê de Governança, responsável pela prova, começou a realizar reuniões para tentar fechar esses parâmetros o quanto antes.

Mesmo antes dessa divulgação, a Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE) decidiu ontem que adotará, já este ano, o teste proposto pelo Ministério da Educação (MEC) como forma única de acesso aos cursos de graduação da instituição. A Universidade Federal do Ceará (UFC), por sua vez, adotou postura semelhante à da UnB. Não vai usar o novo Enem no próximo ano. A instituição estuda a possibilidade de aderir ao projeto nos vestibulares futuros.

Fonte: CORREIO BRAZILIENSE

Priscilla Borges

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