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24 / 07 / 2009
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Cartazes, músicas, poesias, apresentações artísticas e protesto. Assim foram recebidos os alunos aprovados pelo sistema de cotas na Universidade de Brasília (UnB) no dia do registro dos calouros. Nas paredes do ICC Norte, foram colocadas frases como "Cotas: direito social" e "Vamos enegrecer a universidade. Chora elite branca. Aprende a dividir".
 
Em meio à polêmica trazida pelo pedido de anulação das cotas feito pelo Democratas (DEM) ao Supremo Tribunal Federal (STF), estudantes, militantes de movimentos negros e artistas se manifestavam em favor do sistema adotado. A recepção começou às 9h e também contou com a presença do rapper brasiliense Gog e do ator Abder Paz.
 
Graças ao adiamento do pedido de liminar expresso pelo partido na segunda-feira, os 654 candidatos aprovados pelas cotas puderam se registrar sem maiores problemas. Mas o medo e a instabilidade continuam. "Com o evento, quisemos mostrar que os alunos aprovados pelas cotas são muito bem-vindos à universidade e que eles podem ficar seguros, pois faremos de tudo para mantê-los aqui", diz a assessora de Diversidade e Apoio aos Cotistas Deborah Silva Santos. "Eles entraram, como qualquer outro estudante, por meio do vestibular. Não tiveram acesso facilitado, pois há uma nota de corte. Não é qualquer negro que entra na universidade e os que estão aqui é por puro mérito", completa.
 
Victor Alexandre Silva, 23 anos, foi aprovado para o curso de Ciências Contábeis pelas cotas. Para ele, a festa de recepção também aliviou a ansiedade dos que vivem a incerteza do ingresso na UnB. "Achei fantástica a iniciativa. Eu sinto que a decisão do STF vai ser favorável a nós. Também fiquei surpreso ao ver que existem tantos grupos e movimentos negros no campus", afirma. Em 2003 ele foi aprovado em Educação Física pelo sistema convencional. "A verdade é que as pessoas só são cotistas até o vestibular. Lá dentro, são todos iguais", conta.
 
 
 
Segundo a decana de Assuntos Comunitários, Rachel Nunes, não há com o que se preocupar. "A partir do momento em que são registrados, os cotistas já são alunos da UnB e a decisão do STF não mudará este fato".
 
O DEM entrou com pedido de liminar no STF, alegando que o sistema de cotas é discriminatório e viola a Constituição de 1988.
 
O ministro Gilmar Mendes pediu esclarecimentos à Advocacia-Geral da União e à Procuradoria-Geral da União sobre o sistema, o que deverá atrasar a decisão do STF.
 
Após isso, o pedido deverá ser encaminhado para um ministro relator, que analisará a questão. Assim, qualquer medida deverá ocorrer só em agosto.

Fonte: JORNAL DE BRASILIA

Manuela Marla

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